quinta-feira, 1 de setembro de 2011

segunda-feira, 28 de março de 2011

Incansável inalcançável.

Rápido ou devagar, contento-me apenas em viver. Cada dia tem trazido revelações que, em maior ou menor grau, valem por anos inteiros. Não sei se isto é bom ou é ruim, pois quando começo a julgar, logo me distraio e deixo para depois. E é de depois em depois que acabo negando o depois e vou afirmando o agora, como se a realidade fosse um palimpsesto perene.

Esse movimento do tempo tem me deixado com aquela melancolia que se situa entre a angústia e a alienação, como se fosse possível uma angústia alienada ou uma alienação angustiada. Tudo é concomitantemente necessário e indiferente. E é nessa contradição irresolúvel que o sentido de tudo se mostra cotidianamente.

Essa desarmonia harmônica, essa coerência incoerente, essa tensão... se estende por todos os aspectos da realidade ao mesmo tempo. Para onde quer que eu olhe, aonde quer que eu sinta, essa dissonância insuperável não se sustenta; mas permanece infinitamente sustentada todos os dias. E nessa multiplicidade de verdades contrárias é que se cria um equacionamento interno, onde os limites demonstram a grandeza do que não se esgota, do incansável inalcançável.

segunda-feira, 21 de março de 2011